No fim de tarde de um dia de primavera, passeávamos em um jardim. Todo mundo com frio, mas feliz. Até que Arthur decide colocar em prática toda sua independência de toddler e desvia-se do caminho que percorríamos. Ele queria ir para o outro lado, pelo simples prazer de fazer diferente, de desafiar os pais.
Deixamos.
Ele ia para um lado e nós para o outro. Dando tchauzinho, lá ia meu pequeno, seguindo a distância um moço de ushanka marrom e sobretudo escuro. Nós, marido e eu, do outro lado.
De repente, Arthur percebeu que não iríamos atrás dele, como costumamos fazer. Claro. O parque era seguro, os caminhos se encontrariam obrigatoriamente mais à frente, não havia por que seguir ele. Então, filhote parou. Gritou "não". E veio correndo na nossa direção. Marido foi quem o encontrou no meio do trajeto entre lá e cá e o abraçou.
Então, abraçadinho ao pai, Arthur fala:
- Não quero ficar sem a minha família. Nunca, nunca, nunca quero ficar sozinho.
quinta-feira, 30 de abril de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
Curtinhas
Marido conversando via Skype com uma pessoa da família:
- Pois é, agora ele vai precisar encarar os próprios fantasmas e...
Arthur interrompe:
- Que apavorante!
***
Estava deitadinha na cama, marido veio me abraçar e Arthur achou que era para fazer montinho na mamãe. Pulou em cima das costas do pai e gritou:
- Eu sou um picles, mamãe é outro picles e o papai é o pão.
Tá certo, sanduíche de pão!
- Pois é, agora ele vai precisar encarar os próprios fantasmas e...
Arthur interrompe:
- Que apavorante!
***
Estava deitadinha na cama, marido veio me abraçar e Arthur achou que era para fazer montinho na mamãe. Pulou em cima das costas do pai e gritou:
- Eu sou um picles, mamãe é outro picles e o papai é o pão.
Tá certo, sanduíche de pão!
domingo, 19 de abril de 2015
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Vão vendo...
Arthur, entediado, começa a enfiar coisas na boca: pecinhas de plástico e brinquedos de todos os tamanhos. Eu, pacientemente, paro o trabalho que faço e vou lá tirar as pecinhas da boca do cidadão, explicar que não pode, que faz dodói, que é perigoso.
Então, ele resolve comer um pedaço de papel. Quem nunca, minha gente, comeu papel durante a infância? O pedaço é pequeno e ele está mastigando, com aquela cara de empáfia dos que desafiam a autoridade. Deixo. Ele se surpreende. Mas continua a mastigação e começa a brincar.
- Humm... isso é um chocolate. Hummm... delicioso. Mamãe, mamãe, estou comendo tranqueira com cafeína!
Vão vendo o ser que estou criando. Tranqueira com cafeína (no vocabulário, minha gente, não na dieta!) antes dos três anos.
Então, ele resolve comer um pedaço de papel. Quem nunca, minha gente, comeu papel durante a infância? O pedaço é pequeno e ele está mastigando, com aquela cara de empáfia dos que desafiam a autoridade. Deixo. Ele se surpreende. Mas continua a mastigação e começa a brincar.
- Humm... isso é um chocolate. Hummm... delicioso. Mamãe, mamãe, estou comendo tranqueira com cafeína!
Vão vendo o ser que estou criando. Tranqueira com cafeína (no vocabulário, minha gente, não na dieta!) antes dos três anos.
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