terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2014

Hoje é a véspera de um novo ano.
E só no que consigo pensar é: engravidar, gestar e parir de novo.

Que em 2014 as nossas vidas se renovem e o amor só aumente. Sempre com muita saúde.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal!


Que neste Natal pensemos mais sobre nascimentos, e sobre como todos merecemos a privacidade, o amor e o momento transformador do parto domiciliar que motiva toda esta festança.
Brinco com marido que depois que pari parece que a metáfora mais perfeita do universo é o parto. Mas como escapar de falar de um nascimento na festa que comemora um nascimento? E mais: como não falar das muitas intervenções e equivocadas interferências em coisas que deveriam ser deixadas, na maioria dos casos, seguir o rumo natural? Tipo o dedo do consumismo na festa da família. Tipo o dedo do médico que quer "dar uma ajudinha" à natureza.
Neste Natal não comprei nada para Arthur. (Um feito na terra do consumismo.) Optei por uma árvore de feltro, interativa, lúdica, inclusiva (ele faz o que quer com ela sem que eu me descabele porque a árvore é dele, é para ele e foi feita e "montada" com ele). Optei por fazer os presentes que ele vai receber, e reaproveitei embalagens.
Sei que ainda tenho muito chão pela frente na minha meta de reduzir, reaproveitar e reciclar, mas realmente espero que este Natal, o primeiro longe da grande família que deixamos no Brasil, seja um marco ou um pontapé inicial no projeto de ser uma pessoa melhor. Espero cada vez mais resgatar, como fiz no parto do Arthur, os valores que realmente importam para mim e que realmente nutram a minha família.
Um beijo em cada pessoa que vem aqui partilhar minha vida selvagem e que vocês tenham um Natal cheio de paz, amor e ressignificação.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Ciúmes

Tá, tá, tá, eu confesso: sou ciumenta. Ponto. Sou ciumenta e possessiva. Sempre fui. Pessoas, objetos, lugares, ideias, quero tudo e todos para mim. Só para mim.
Mas eu não fiz filho sozinha, né? E não ter feito filho sozinha significa que, por mais que eu ame marido, Arthur não seria só meu. Quer dizer, ele até foi só meu por longas 41 semanas. Só eu curtia a vidinha dele serelepando aqui dentro 24h por dia. Porém, assim que ele saiu da minha barriga, passou a poder ser tocado, manipulado e gerido por outras pessoas. Inclusive marido.
Por termos escolhido ter um puerpério "minimalista", só eu, marido, Arthur e nosso boxer, quando eu estava grávida não me importava muito com a família "tomando posse" do Arthur, mas sim de como eu iria administrar o ciúme duplo aqui em casa: Arthur com marido; marido com Arthur.
Oh, céus! Como sofri pensando nisso, tentando arrumar uma solução para que eu conseguisse "permitir" que os dois, pai e filho, tivessem uma relação própria e autônoma, sem a intermediação da mamãe aqui (e seu ciúme, claro).
Passava muito tempo pensando (e com esse pensamento me dilacerando por dentro) em como seria quando Arthur preferisse o colo dele ao meu; como eu reagiria quando eles se divertissem sozinhos, quando saíssem sozinhos, quando trocassem beijos e carinhos sem mim. Não achei caminho. Me preocupei, respirei fundo, tentei bolar estratégias para distrair o monstro verde do ciúme.
E aí aconteceu a vida.
Marido e Arthur se amaram desde o começo. Marido e Arthur acharam um caminho de interação, eles se conectaram, eles se conheceram e se coadunaram, inventaram brincadeiras, rotinas, maneiras de se comunicar. E eu fiquei de fora de muita coisa. Surpreendentemente feliz. Realizada. Satisfeita por ver que pessoas não são divisíveis e, por não serem divisíveis, são unas, inteiras e capazes de multiplicar suas facetas. Com isso, multifacetados e ainda assim indivisíveis, meus homens elevam-me ao expoente infinitesimal do amor.
Sem ciúmes. Livres.

Feliz pelos dezoito meses mais lindos e transformadores da minha vida.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Só as mães são felizes

Não sabe quem dorme oito horas ininterruptas. Não sabe quem não mede a febre nos dias de vacina com a preocupação de quem tateia a própria vida. Não sabe quem dorme fora despreocupado, quem trabalha acima de qualquer coisa, quem não repete a mesmíssima palavra, ordem ou pedido à exaustão. Não sabe quem ainda é só barriga, quem cuidou dos cinco sobrinhos de irmã ou irmão vivos e participativos, não faz ideia quem fez bilu-bilu na cria dos amigos.
Quem pariu, quem operou, quem gestou e cultivou a vidinha tão rica, delicada e tenaz que traz nos braços, na pele, na alma, na lama, só essa pessoa sabe por que raios eu quero, mesmo com todo o trabalho de Sísifo da maternidade, não passar por esta vida - que até onde eu saiba é única - sem ver ainda mais, muito mais amor vingar, vencer, nascer e desabrochar.
Só as mães são felizes, em suas ignorância e sublimação intencionalmente involuntárias.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Tô pirada, mas já volto

Me tiram do sério no momento:
- o trabalho do marido sufocando a tudo e a todos por aqui;
- o frio de lascar, que me dá preguiça de sair de casa;
- a desorganização total, completa e absoluta que assola minha casa e vida (caderninho, aí vou eu!);
- o frila. Ah, o frila! Tô na fase em que ou eu acabo com ele, ou ele acaba comigo;
- o presente que preciso aprontar antes de o cub nascer!
- o desejo do segundinho que palpita na minha mente, alma e obsessiva divagação sobre a vida (vulga ansiedade).

Já volto. Tudo depende do frila.