sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mãe que trabalha

Sabem o que é legal de ser uma mãe que trabalha fora?
É virar para as pessoas que trabalham com você, e que estão sobrecarregadas (igualzinho a você), e perguntar:
- Não vai dar tempo de terminar o projeto? E o que vocês fazem entre meia-noite e seis da manhã? Porque eu amamento, troco fralda...

tsss-tsss-tá!

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Nasce uma mãe, nasce uma mãe...

Já ouviram aquele ditado "Nasce uma mãe, nasce uma culpada"? Pois é, aqui em casa ele ficou meio tautológico: "Nasce uma mãe, nasce uma mãe." A nova mãe, no caso eu, ganhou ares de mãe... Dinah (lembram dela?). Ou, para os menos esotéricos, a nova mãe, que ainda sou eu, ganhou ares da própria mãe.
Tá confuso? Vou explicar.

Minha mãe sempre falava: "Minha filha, pega o guarda-chuva que o tempo vai virar!" Eu olhava aquele solzão lá fora e ria internamente da previsão desastrosa da minha mãe. Porém, quando chegava em casa, invariavelmente, estava encharcada pelo temporal de verão (não importando a estação do ano) que havia caído e para o qual eu, é óbvio, não estava preparada. Eu achava isso um pé no saco, porque as coisas iam muito bem, até que minha mãe fazia previsões para meu dia e tudo mudava e acontecia. Uruca das urucas!
Então que eu descobri que deve ser um dom materno. Sabem o famoso "instinto materno"? Deve ser, na verdade, "visão futurística materna", porque aqui em casa eu ando arrasando nas previsões!

Cena 1
Marido sai de casa com rebento no sling e guarda-chuva na mão.
- Amor, tá indo? Olha, cuidado para não esquecer esse guarda-chuva, viu? Eu adoro ele e vou ficar triste se você perdê-lo.
Ao que ele responde:
- Claro, pode deixar.

Meia hora mais tarde, voltam: marido, filhote e sling. Meu guarda-chuva azul de bolinhas brancas está protegendo algum espertinho que o achou na agência dos Correios onde meu marido o deixou.

Cena 2
Marido vai ferver as mamadeiras carérrimas do bebê. Eu vejo a panela e aviso:
- Olha, não é por nada, não, mas acho que você deveria colocar mais água quando fosse ferver as mamadeiras, porque se você esquece e deixa passar os 5 minutos de fervura, corre o risco de estragar a mamadeira.

Pelo menos salvamos a panela!

Cena 3
Marido recebe café na cama (<3). Eu aviso:
- Chega mais para o lado porque Arthur pode chutar sua xííííííícara...

Adivinha quem vai dormir no colchão cheio de café?

Tô pensando em abrir uma tenda aqui na portaria do prédio e faturar uma graninha. Por enquanto, está fácil. Vamos ver se eu acerto é a sequência da Mega Sena da Virada.

(Pensando bem agora, o título do post poderia ser "Nasce uma mãe, nasce uma f***ing b**ch", porque ô previsõezinhas chatas e agourentas, né?)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A volta ao trabalho em números

165 dias de afastamento
576 mensagens não lidas no e-mail da empresa
4 novas contratações
1 demissão
1.587,54 de saldo negativo no banco
2 dias para depositarem o décimo terceiro
2 dias para os vencimentos todos, que levarão embora meu décimo terceiro
3 frilas na sequência
380 ml ordenhados por dia
450 ml mamados na mamadeira por Arthur a cada dia (façam as contas e chorem comigo)
250,00 numa nova bombinha elétrica
80,73 num brinquedinho novo para o pequeno
4 horas, em média, que vejo meu filho acordado
1 mamadeira queimada
1 mamadeira na ativa
4 horas, em média, de sono diário

Fora isso, tudo muito bom, tudo muito bem. E uma saudade imensa do meu bebê!

sábado, 17 de novembro de 2012

5 meses de todo o amor

Arthur, meu filho, se eu precisasse te dar apenas um único conselho nesta vida, eu diria: nunca duvide do poder do amor.
Você nasceu do amor, cresceu no amor e foi parido com amor. Todo o amor: ocitocina. Diariamente renovo minhas embebedações de amor na amamentação, que só foi possível graças ao amor, e que se reproduz num ciclo louco, em que você cresce, e quanto maior fica, mais ama, é amado e cativa amor. Quando amamento, sou o amor.
Então, meu filho, na dúvida, ame. Na dor, ame. No desespero, ame. Na alegria, ame. São, feliz, satisfeito, ame. E se canse. E recomece tudo de novo quando nada mais fizer sentido ou tudo parecer muito complicado. Recomece a amar, ou nunca deixe de amar.
Mamãe está encantada com você, pois você me ensinou novas maneiras de amar, e que tudo de que precisamos nessa vida é sermos aceitos do jeitinho que somos. Nem mais, nem menos. Por isso, meu filho, eu torço para você conseguir amar, inclusive, a si mesmo. Porque é tarefa dura nessa vida conviver tão intimamente com sentimentos pouco nobres ou pensamentos doloridos e, ainda assim, amar. Se amar.
Eu acredito no amor, filho. Acho que ele não basta, mas é o melhor ponto de partida e a melhor linha de chegada. Se você souber amar, se você conseguir amar, meu filho, a vida fará sentido, porque só se entregando é que você consegue receber sua parte.

Há exatos cinco meses, sou toda amor.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Top 5 fofura

1. Quando Arthur ri enquanto mama, sobretudo se está mamando e dormindo.
2. Quando Arthur ri (e gargalha) enquanto dorme.
3. Quando esfrega os olhinhos, com sono.
4. Quando espirra (e, principalmente, quando espirra em falso).
5. Quando se joga para o meu colo, com os bracinhos esticados.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Quando Nietzsche se revirou no túmulo (ou distorcendo a filosofia)

Aqui em casa temos um rotina. Todo dia, mais ou menos nas mesmas horas, fazemos as mesmas coisas. E assim vamos vivendo um dia de cada vez, aprendendo, errando, acertando, vendo Arthur se desenvolver e também nos desenvolvendo. Porém, por mais que tenhamos uma rotininha, nenhum dia é igual ao outro (e, segundo Nietzsche, por isso mesmo todos os dias são iguais, porque são diferentes, e todos os dias tudo pode acontecer - mas vamos voltar ao planeta Terra).
Acho importante falar isso aqui porque, de vez em quando, vejo que as pessoas ficam muito impressionadas com meu relato de parto e de amamentação, e algumas chegam a dizer: espero que não seja tão dolorido/difícil assim comigo. Gente, eu também espero que toda a mulherada tenha um parto bacanudo, de preferência com dores suportáveis (e por pouco tempo), e uma amamentação espetacular, daquelas que a gente sonha: espeta o mamilo no menino e lê/assiste TV/dorme enquanto ele mama (porque, vocês sabem, no começo da amamentação, eu me retorcia tremendamente, sem conseguir me concentrar em nadica de nada, nem relaxar para dormir). Acho, então, que minha experiência não deve ser encarada como destino inexorável para quem engravida e vai um dia parir (se o médico e o sistema deixarem) e amamentar (novamente, se o médico e o sistema deixarem). Não, gente! Há um mundo cor-de-rosa na maternidade. Acreditem! Pode ser que com você, querida leitora, tudo seja absolutamente fantástico e indolor e fácil e instintivo e anatomicamente perfeito. Há mulheres que não sentem nenhuma dor no parto, há aquelas que amamentam seu filho (e o meu, o nosso e o do vizinho) como quem chupa um Chicabon (ai, Nelson Rodrigues!). Quando eu venho aqui contar que meu parto, apesar de lindo, incrível, totalmente perfeito e transformador, doeu bagarái, quero mostrar que, caso você não se sinta assim tão incrível porque sentiu contrações doloridas por 12h enquanto a vizinha da irmã do jornaleiro da esquina chegou no hospital "com uma sensação esquisita" e pariu rindo ou espirrando, tudo bem. Se você tem o mamilo invertido (ou simplesmente plano e com cistos, como o meu), você PODE e deve amamentar. Vai doer, vai ser complicado, mas tudo bem. A gente encontra na blogosfera materna todo o apoio de que precisa para ir em frente e ficar sabendo que a coisa toda é linda e blá-blá-blá, mas também tem o dark side. (Eu poderia citar Victor Hugo, mas vou mesmo é de Angélica: "a Lua também tem uma face escura".) E aí, eu venho aqui contar que comigo não foi tão simples, porque quando a gente percebe que tem alguém igualzinho a gente, que sofre, que luta, que não acha tudo tão supimpa o tempo todo, a gente se sente parte do mundo. Eu não sou filósofa (ao menos não fora de um botequim), mas acho que podemos voltar a Nietzsche e distorcer um bocadinho a coisa toda para dizer que, se encontramos pessoas que vivem experiências semelhantes às nossas, nos sentimos parte do mundo e da vida porque, assim como os dias são todos iguais porque têm sempre o potencial para qualquer acontecimento, todas as pessoas são iguais, porque sendo elas diferentes, guardam em si todas as possibilidades.

Pri, este post foi inspirado no seu comentário (e em muitos outros também), mas não é recado ou mensagem para ninguém, viu? Só que seu comentário me fez matutar sobre como trocamos experiências nessa vida ( = vida real + vida virtual).
=)
Depois volto para contar como sobrevivi até agora sem meu piercing de mamilo (ohhhh, céus!!!).

domingo, 11 de novembro de 2012

O custo da amamentação

O leitinho que forneço a meu filho não vende em supermercado, drogaria ou loja de bebê. Ele vem pronto, na temperatura ideal, no recipiente perfeito, que não precisa de esterelização e tudo é superfácil de carregar. O leite que ofereço tem água, gordura, açúcar, ferro e sais na medida certa, é rico em vitaminas e contém anticorpos exclusivos. Nenhuma fórmula bate essa mistura que, para completar, fortalece o vínculo mãe e bebê.
O leite que ofereço a meu filhote não causa constipação, é de fácil digestão e ajuda a previnir várias doenças da idade adulta, inclusive as modernas, como obesidade. É, portanto, um alimento com benefícios a longuíssimo prazo.
Mas ele tem um custo.

***

Leite condensado, chocolate, estrgonofe, risotos, comer fora de casa (de modo geral), biscoitos, sorvete, iogurte, molho branco e praticamente qualquer doce. Essa é a lista das coisas que mais sinto falta de comer na minha vida de dieta.
Cento e cinquenta reais em potinhos de vidro, duzentos e dez reais em antifúngicos (tópico e oral), em antibiótico e em antitérmicos, setenta reais em outros gastos de armazenamento, duzentos reais em mamadeiras especialmente projetadas para a manutenção do aleitamento materno, gasolina, muita gasolina em visitas ao IFF e a grupos de incentivo à amamentação. Bombinha tira-leite, absorventes para seios, noites de ordenha, madrugadas de ordenha, gás para ferver potes de vidro, bicos especiais, mamadeiras especiais, lágrimas, sangue e suor.
A lista é longa e não acho que vá terminar por agora. Aliás, eu não quero que termine por agora.
Meu plano é ir adiante na amamentação, mesmo voltando a trabalhar. Porque, para mim, os custos dessa empreitada, os custos desses grandes investimentos, não são absolutamente nada quando penso no tamanho do poder que, depois de gerar e parir, agora é nutrir uma pessoa.

Dona das divinas tetas (eu e Gal).

sábado, 10 de novembro de 2012

Vantagens (não ditas) da maternidade

Outro dia, na rua, encontrei uma conhecida. Eu usava uma camiseta justa e cuja cor evidenciava meu bronzeado. Notem bem: sou garota carioca suingue sangue bom, mas não curto praia (e nem pizza e nem carnaval. J'adore épater la bourgeoisie!). Logo, estar bronzeada é algo digno de nota na minha pessoa.
Bom, claro que minha conhecida (que não era íntima, mas também não era cega) notou e comentou. Mais ou menos assim:
- Menina, há quanto tempo! Soube que você teve um bebê. Quantos meses?
- Quase cinco.
- Mas você está óóóóótima: cabelo brilhoso, bronzeada, mesmo corpo de antes e... esses braços e essa comissão de frente, heim! Já voltou a malhar?
- Não, ainda não. Estou amamentando ainda.
- Eu tenho que ir, depois a gente se fala. Beijo e você está mesmo ótima!

***

Das vantagens de ser mãe todo mundo já sabe: fofurices, amor louco, ter o prazer de uma pessoa te idolatrar, salve, salve por pelo menos uns 5 aninhos, amor, amor, amor... Mas e aquilo que não te contam? Já reparou como maternidade é cheio de pegadinha? Fiquei pensando sobre isso e sobre como a maternidade ensina a transformar um limão, gentilmente cedido pela vida a todas as pessoas viventes e conectadas com a realidade, em uma deliciosa torta de limão, geladinha, docinha, com aquela massa fininha no fundo.
Delírios de dieta a parte, fiquei mais gostosona porque meu corpo mudou, ficando mais arredondado depois da maternidade. Meus cabelos brilhosos provavelmente são resultado dos dias que passo sem conseguir lavar a cabeça. Meus músculos definidos nos braços e pernas são decorrentes da malhação com o pesinho de sete quilos que chora, mama, ri, adora um colinho e só dorme embalado. E a cor do pecado eu ganhei nos banhos de sol diários, na brava luta que travo contra a monília já há, praticamente, cinco meses.
Nada mal para quem fazia uma imagem materna no melhor estilo manjar (branca, flácida e cheia de olheiras) e teve uma boa surpresa. Agora, só falta me livrar da pelanca que alguns chamam de barriga e já posso, se quiser, mesmo não gostando da folia, sair só de purpurina no carnaval carioca.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Marido, te amo!

Daí que você está na triste tarefa de selecionar fotos para mandar imprimir e levar para o trabalho, a fim de minimizar um pouco a saudade sufocante que você está sentindo do filhote, e em meio a fofuras, carinhas e caretas do seu bebê você se depara com o seguinte clique:

Este NÃO é o Arthur.


Marido, te amo! Minha intimidade é muito mais louca, selvagem e divertida com você me trollando.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Memezando

Tá, eu nem sabia que isso se chamava meme porque, na minha época (mais ou menos 1982 a.C.), a gente respondia isso no caderno perfumado e cor-de-rosa da amiga. E invariavelmente tinham as perguntas "Qual a primeira letra do nome do garoto de quem você gosta?" e "Onde quer passar sua lua-de-mel?" (que na época era grafada com hífen, então mantenho, para ser fiel ao clima nostálgico da postagem).
Achei bacana e fofo, não só por ser lembrada pela Lilian, mas porque me dá margem a explanar minha identidade secreta, toda trabalhada no estilo "gato escondido com o rabo de fora" (é que ando dando pistas no mundo real e aqui, e como diria Raulzito: "tá bandeira demais!"). Sério: vou editar o meme (e trollar a brincadeira) para não esculhambar com meu anonimato besta e cada vez mais questionado e hamletiano (ser ou não ser, eis a questão!).

Chega de trololó e vamos ao meme/caderno de perguntas:


As regras pra participar são as seguintes:

  • Escrever 11 coisas aleatórias sobre você. (Rá!)
  • Responder as 11 perguntas que a pessoa lhe mandou e criar 11 novas perguntas para as pessoas para quem irá mandar. (Vou criar algumas perguntas para eu mesma responder, tá?)
  • Escolher 11 pessoas para repassar esse meme e colocar os links de seus respectivos blogs. (Quero escolher gente, não. Sou tímida e só dou o caderninho para quem pedir. Nunca ofereço.)
  • Avisar os blogs escolhidos. (Se você pediu meu caderninho, tá avisada de que tem que responder, tá? =) )
  • Não retorne esse meme para quem te enviou. (ok)
  • Postar as regras. (ok)
 11 coisas aleatórias sobre mim:

1) Passei de primeira na prova do Detran, achando meus fiscais "fofos" porque a moça que me treinou nas aulas práticas era a personificação das fúrias mitológicas. Apesar disso, nunca voltei para buscar a carteira. Shame on me.
2) Se contar todas as provas individuais de vestibular que fiz, chego à impressionante marca de 9. Nunca soube o que queria ser quando crescesse.
3) Nunca comi jaca. Nem angu.
4) Odeio pizza.
5) Prefiro Banco Imobiliário ou Imagem & Ação a War. E sempre chutava, sem querer, o tabuleiro, zunindo os exércitos, quando ia me levantar para beber, comer ou fazer xixi.
6) Não tenho medo de barata.
7) Faço análise há oito anos (e continuo mutcho louca).
8) Sou muito flexível, e todo mundo me pergunta quanto tempo eu fiz de balé. E eu só fiz balé aos 26 anos, por cerca de seis meses.
9) Tenho olhos castanhos.
10) Morei seis meses em Portugal.
11) Quase não bebo café, mas quando o faço, é sem açúcar ou adoçante.

Perguntas da Lilian para eu responder:

  1. Por que resolveu criar o blog? Porque estava absolutamente neurótica com a proximidade dos inícios das tentativas de engravidar e queria ter uma válvula de escape para essa tensão. Além disso, tive um blog há cerca de doze anos e queria repetir a experiência de falar a alguém, mesmo não conhecendo essa pessoa na vida offline.
  2. Qual tua principal atividade na vida offline? Mistério... Mas para não ficar chata a brincadeira, vou trocar a pergunta, tá? Que tal: "Qual o primeiro blog materno que você leu?" Na verdade, não era um blog materno. Era um blog literário chamado "Brazileira Preta", e a autora postou o relato de parto domiciliar da filha. Eu fiquei abismada com aquilo: a poesia do nascimento, a coragem de enfrentar a dor sozinha, a loucura de parir em casa (hoje, continuo achando loucura, mas não no sentido ruim da coisa, como eu achava antes). Já estava pesquisando e lendo sobre nascimentos e, sem dúvida, esse relato marcou minha vida. Foi um turning point da minha trajetória. Outro blog que eu lembro de ter lido há muuuuuuuito tempo é um coletivo, que nem sei se ainda existe, chamado "Mães empoderadas". Ali, as mamães postavam fotos e informações sobre seus filhotes. Eu adorava!
  3. Qual a tua maior esquisitice?  Não comer pizza, definitivamente. Eu acho supernormal, mas as pessoas ficam estarrecidas quando eu aviso que não gosto de pizza.
  4. Se tivesse que dar uma dica a uma amiga grávida, qual seria? Procure se informar MUITO sobre gravidez, parto, puerpério e amamentação. E procure essas informações para além do seu obstetra querido e idolatrado, mesmo que ele seja reconhecidamente um médico humanizado e pró-parto normal. É sua obrigação desde já zelar pela vidinha que mora em você, e fazer as melhores escolhas depende de pesquisas, informações de fontes múltiplas e decisões pensadas, de preferência em conjunto com o pai da criança. Porém, no fim das contas, o parto é seu.
  5. Se tivesse que dar uma dica a uma amiga que acabou de ter neném, qual seria? Peça ajuda. Durma quando seu bebê dormir. Crie uma rotina de sono já no primeiro dia. Sobreviva!
  6. Me indique um bom livro. Lilian, vou indicar Cinquenta tons de cinza...ahahah Mas além desse: Os filhotes, do Vargas Llosa (já que você gosta do hômi); O velho e o mar, Hemingway; O túnel, do Ernesto Sábato; e um conto lindo, lindo, lindo do Julio Cortázar, chamado "El río".
  7. Algo que tenha orgulho de ter feito? O Arthur, né? De tê-lo feito e de tê-lo feito nascer, do jeitinho que escolhi, no tempo dele, sem intervenções e com muito amor!
  8. Qual o melhor dia da semana pra ti? Sexta!
  9. Qual tua formação? Mestrado completo. Louca para entrar no doutorado, mas sem tempo de estudar com meu bebê-mamão.
  10. Como se vê daqui a 10 anos? Espero que com corpinho de 30.
  11. Quantos filhos pretende ter? Eu queria ter muuuuuitos filhos, mas, como diriam os Mamonas Assassinas: "money, o que é good nós não have". Espero conseguir, então, dar ao menos um irmãozinho para meu filhote.

Bora repetir as 11 perguntas daqui de cima?


11 blogs escolhidos:

Quem responder me avisa, por favor? Quero saber das respostas de vocês.
=)

Um beijo, Lilian! Adorei!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Entre memes e mimimis (senta que lá vêm as histórias!)

Passei o feriado todo meio borocoxô, mesmo tendo viajado com o pequeno. Acho que tem a ver com os momentos todos da vida: creche, volta ao trabalho, falta de grana, urucubacas da vida cotidiana, leite que preciso estocar etc. etc. etc. (e bote quantos mais etc. você quiser).
Aí, nessa coisa meio finados na cachola, cadê parar com o mimimi? Mimimizei quinta, sexta, sábado e domingo. Nem eu me aguentava mais! Mas como "ali onde eu chorei qualquer um chorava", resolvi ir em frente na música e levantei, sacodi a poeira e dei a volta por cima. Hoje, segundona chuvosa pós-feriado, voltei para casa e pensei: que beleza! Vai ser tudo lindo, bora para o primeiro dia de adaptação na creche, pessoal da blogosfera gostou do novo layout (uhuuu!!), bora viver essa vida linda que tem aí na minha frente e...
Cara, sério: senta aqui do meu lado, no fundo do poço rotinístico, e chora comigo!

[Sentou? Então aproveita a proximidade e tasca um abraço aí que a coisa tá feia - mas daqui a pouco acaba o mimimi, prometo!]

Resolvemos voltar da viagem do feriadão hoje de manhã, para não pegar muito trânsito. Só não contávamos com a astúcia do Arthur, que chorou a noite toda, talvez boladão com a tempestade que caiu na madrugada. A viagem começaria 10 da manhã. Onze e meia eu e Arthur ainda cochilávamos, esgotados pela noite de ontem. Pegamos a estrada (vazia, o que me parecia um sinal auspicioso. Tola eu!) um pouco atrasados no cronograma: 13h. Arthur, nessa hora, costuma dormir um soninho gostosinho. Exceto quando anda de carro, né? Então, ele sentadinho, na cadeira da tortura, berrou por exata uma hora e sete minutos cheios. Depois de esgotar minha garganta e meu repertório de musiquinhas infantis, capotou. Que ótimo, não? Seria, se não estivéssemos na porta de casa. Então, tendo dormido cerca de 15 minutos, Arthur foi despertado. Abrindo as malas e guardando as coisas,  descobri que meu xampu vazou na bolsa (todinho!) e meus 9 potinhos de leite ordenhado e congelado DESCONGELARAM durante a viagem. [Por favor: chore comigo!] Pensei em fazer um bolo com meu próprio leite, já que tinha para mais de meio litrão ali prestes a ir para o lixo e Arthur não pode leite de vaca-bicho, só da vaca-profana aqui. Desisti da ideia ante à ansia de vômito que meu comentário causou no marido. Daí, lágrimas enxutas e tetas para fora (ordenha de novo, Ártemis! Quem faz meio, faz um litro!), constatei que, com a misericórdia do senhor dos leitinhos congelados, apenas dois potes haviam de fato descongelado. Emocinei-me, leitores. E me enchi de novas esperanças nesse dia tão fatigado.
Arthur começava na creche 14h e já eram 14h32 quando resolvemos almoçar. Vestimos o moleque, enfiamos seu corpinho cheiroso e arrumado no sling, arrumamos a malinha do primeiro dia e tocou o interfone. Fiquei felizona: estou esperando uma encomenda de mamadeira para o pequeno e achei, de verdade, que era o porteiro avisando que era o correio. Ahahahahahhahahah
Era a Light (companhia de energia elétrica aqui do Rio), avisando que estavam aqui para cortar a energia. Oi, moço? É, senhora, atraso da fatura de setembro, na última conta veio o aviso de corte, a senhora não pagou, vamos cortar. [Por favor: se desespere comigo! E me mande um dinheirinho, porque tá rodis aqui, viu?]
Bom, não teve argumento, pagamento ou choro que resolvesse a situação: cortaram a luz! Agora, você visualiza a cena: casa sem luz, bebê no sling, marido com a bolsa da creche, eu, com menos duzentão de leite materno no estoque do filhote (e o restante perigosamente num congelador sem energia), conta atrasada, atrasada no horário, menstruação atrasada (ops, isso não!), precisando ainda ir almoçar e adaptar o filho, que agora reclamava de sono, calor e pasmaceira (experimenta colocá-lo no sling e ficar parado para ver o que te acontece!).
Bom, pior que isso não podia ficar. Podia?

[Pausa para uma importante lição que recebi na faculdade: um professor meu, logo no primeiro período, ensinou-me que para a felicidade ou sorte sempre existe um limite; para o azar ou a tristeza, porém, sempre se pode cavar mais um pouquinho no poço e chafurdar mais e mais na lama das mazelas.]

Claro que podia!
Pagamos a conta atrasada numa fila quilométrica de banco popular (depois passo o número da agência e da CC para depósitos caridosos) em pleno dia 5. Todos os velhinhos do meu bairro, que tem muito velhinhos, estavam recebendo suas aposentadorias, ali, naquela hora. E todos os velhinhos do mundo AMAM bebês e sempre comentam do sling. Respirei fundo ante pitacos e comentário sem noção ("não machuca a perninha?", "coitadinho, todo encolhido/enrolado/apertado/espremido!", "vai dar problema no/na _______ [complete aqui, que estou sem paciência, mas pode ser qualquer parte do corpo ou aspecto da psiquê humana]"), e sorri e fui simpática com os comentários fofos (afinal, velhinho nenhum tem culpa da minha urucubaca, né?). Conta paga, bora almoçar voando e levar filhote para creche.
Tudo deu certo nessa parte do dia e achei que, enfim, minha maré de azar estava mudando.
Já dava uma banana mental para aquele meu professor quando entrei na salinha do berçário. Beleza: apenas dois bebês, menos estímulo e novidade para um Arthur sonado e meio mal-humorado com o dia so boring que eu estava lhe proporcionando. Meu sorriso se abriu, mas logo foi dispersado pelas tosses encatarradas dos dois bebês. Sim, amigos e amigas, os bebês estavam doentinhos e fizeram questão de partilhar TO-DOS os brinquedinhos que enfiavam em suas boquinhas virulentas com meu filhote saudável e tratado a leitinho da mamãe (Arthur ficando resfriadinho em 5, 4, 3...).
Respirei fundo, pensei que meu filho tinha imunidade por conta do meu leitinho, que era inevitável, vitamina S, bora pra frente que o dia tá tipo na metade. De repente, na janelinha do berçário surge marido: trouxe o cheque, porque a creche vence hoje. Passei meu cheque-voador e pensei: na saída da creche transfiro a rapa do tacho da poupança para cobrir o cheque, e vamos frilar o resto da vida para dar conta de tudo (alguém querendo me oferecer um emprego que pague mais?).
Arthur gostou dos amiguinhos, se acabou de rir para as professoras da creche, colocou todos os brinquedinhos melecados pelos amiguinhos ranhentos na boca e até dormiu, para mostrar que delícia ele é e como vai ficar ótimo sem a mamãe.
[E afinal me senti melhor, porque se vou sofrer de qualquer jeito, então que pelo menos eu sofra com meu filho ficando bem na creche, né?]
Decidimos, na saída da creche, antes de ir ao banco, que dormiríamos na casa da sogra, porque sem luz e com um bebê de 4 meses cheio das rotinas de sono não ia rolar (e toda mãe sabe que romantismo é só até antes dos filhos nascerem e depois que eles saírem de casa, logo, nada de "luz de velas, que coisa bacana"). No banco, errei minha senha por 3 vezes e, tal e qual Pedro negando Cristo, fui jubilada da alegria de fazer transações no caixa eletrônico (que é o equivalente moderno de ser estigmatizado como herege, dos tempos de Pedro). Banco fechado, senha bloqueada, cheque-voador planando como um Zepelin na praça, filho ainda com sono, sem luz e a caminho de uma noite na casa da sogra. O que mais poderia acontecer?
Acreditem: muita coisa! Mas o que aconteceu mesmo foi um amigo meu telefonar e dizer que a pessoa que estava com uma encomenda para o Arthur em SP (e que ele feria o imenso favor de trazer ao Rio) saiu de casa e o deixou do lado de fora da casa, tocando a campainha. Resultado: no donuts for me. Neither for Arthur. Ou, em outras palavras, adiós amigo!
Já na casa da sogra (com direito a novo transporte de potinhos de leite congelado e tensão absoluta no engarrafamento por conta disso), Arthur de banho tomado, ritual sonístico realizado, dormindo feliz (enfim!) na caminha... Claro que ia babar, né? Sogra chegou em casa brigando no celular, aos berros, causando frisson, agitando cachorro, que latiu muito, sobretudo depois que ela tocou a campainha freneticamente, como se não houvesse amanhã.
Resultado? Falta apenas uma hora e dez minutos para acabar este dia terrível, e as duas únicas coisas que o salvaram de entrar para o rol dos dias mais terríveis do universo foram o meme da Lilian (que postarei amanhã, querida, adorei a lembrança!) e a suuuuupergargalhada que meu filho deu para o papai.

PS: Minha sogra, apiedada da minha situação, pediu um japa especial, para aquecer meu coraçãozinho sofrido. Mas Arthur, claro, acordou, quis que eu ficasse grudadinho nele e não me deixou jantar. Para que eu não ficasse com fome, ela e marido deixaram umas peças para que eu comesse depois. Deliciosos rolls de hot filadélfia, cheinhos de cream cheese, que eu NÃO POSSO comer por conta da dieta de APLV. Diz aí: urucubaca feelings total, não?