terça-feira, 31 de julho de 2012

Dudu, eu te amo (mas São Pedro poderia colaborar também)

Dudu, você mudou minha vida, me fez mais feliz e transformou meu modo de ver as noites. Agora, todos dormimos melhor, mais calmos e as mamadas são mais práticas, sem mãozinhas exploratórias e reflexo de Moro.
Ah, Dudu, que maravilha você ter chegado em nossas vidas. Mas São Pedro podia colaborar um pouquinho e mandar um friozinho leve para esse mês de agosto, porque na última noite, não teve Dudu que nos salvasse. Enrolado na flanela, suando em bicas, Arthur achou que acordar duas da manhã era legal. E não conseguimos negociar com ele: dudu, mamadas de uma hora e meia, ninadas, música clássica.
Resultado: estou exausta e torcendo para que essas nuvens negras no céu tragam um tempinho mais ameno, e nossas noites voltem a trazer o prazer do Dudu.

domingo, 29 de julho de 2012

Um rapaz!

Gente, eu tenho um rapaz em casa: usamos agora fralda P. E as roupinhas de RN estão com os dias contados. Outra coisa boa é que meu rapazinho também já entende que pode ficar no colinho da mamãe ganhando um chamego (e não só mamando).
Segunda temos pediatra e estou doida para saber quantas toneladas esse moço está pesando. Meus braços palpitam algo próximo aos 5kg! Meus peitos também acreditam em mais de 4,5kg. Façam suas apostas...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

A bagagem da marinheira de primeira viagem

A Thais me sugeriu e eu achei interessante, então eis o minhas impressões e opiniões sobre o enxoval do pequeno.

Convém começar explicando algumas coisas sobre o enxoval que montei para o Arthur. A mais importante é que minha prioridade sempre foi saúde e bem-estar em lugar de beleza. E, para  mim, saúde é sinônimo de ótimo pré-natal e um parto natural. Então, cerca de noventa porcento dos gastos com enxoval foram direcionados ao parto e ao pré-natal. E foram, de longe, o melhor investimento. Além disso, tive a sorte de ter uma prima com um filho 6 meses mais velho que o Arthur, o que me rendeu roupinhas herdadas. Eu não ligo que as roupinhas do Arthur sejam de segunda mão, desde que ele esteja confortável e protegido, e imagino que a imensa maioria as mães também pensem assim. É claro que queremos comprar (ou fazer) umas peças especiais, mas se você tiver alguém desejando doar roupinhas para seu filho, aceite. É uma grande economia e os pequenos não ligam para o que vestem, desde que estejam confortáveis. Outra sorte que tenho é que minha melhor amiga mora nos EUA e trouxe para mim muitas roupinhas da Carter's. Para mim, esta é a melhor marca de roupas infantis no momento: bonitas, práticas, malha de excelente qualidade e barata (nos EUA, aqui são caras, mas não muito mais que marcas nacionais cuja qualidade deixa muitíssimo a desejar). Fora isso, minha tia-avó foi dona de uma loja de roupas infantis durante muitos anos e, tendo desfeito o negócio há pouco, me presenteou com muitas peças. Nem tudo era do meu gosto, claro, mas fiquei felicíssima com o gesto de carinho e com a economia.

Dito isto, vamos aos finalmente!

Mobiliário
Ganhei o berço e comprei cômoda e cadeira de amamentação.
Como sou adepta da cama compartilhada, o bercinho serve para deixar o pequeno para que eu possa fazer um xixizinho, para brincar com ele e para colocar as roupinhas lavadas para serem dobradas e organizadas (como não tenho empregada, às vezes as roupas se acumulam e fica tudo meio zoneado mesmo. E só passo fraldas de pano - para esterelizar - e roupas novas. O tempo que gastaria passando roupas, gasto com meu filho). A cadeira de amamentação é uma mão na roda. Como balança, serve para amamentar, para eu descansar, para visitas sentarem, para o pai ninar o filhote. Enfim, mil e uma utilidades. Mas se você tem uma poltrona confortável ou uma cadeirinha bacana, pode-se abdicar facilmente deste item. A cômoda foi um item-probema porque me arrependi da compra devido ao mau atendimento da loja. Mas ela é uma gracinha e tem puxadores de florzinha. A moça da loja ficou espantada e não queria me vender o kit de puxadores sob o argumento de que eu esperava um menino e florzinha era coisa de menina. Ignorei esta ignorância e mandei ver no meu kit de puxadores provençais. É lindo e certamente não será isto que influenciará a sexualidade do meu filho. Eu, heim...

Fraldas
Gente, que coisa difícil é encontrar fralda de pano nesse Rio de Janeiro! Sofri. E as que encontrava eram caaaaaaras. Mas enfim consegui. Comprei 15 fraldas com bainha pronta (ninguém merece ir pra máquina com aquela pança enorme e fazer bainha em fralda, né? Fazer os cueiros era uma coisa bacaninha porque eram exclusivos e bonitinhos, mas fralda de pano é fralda de pano, né?). As 15 fraldas estavam dando pefeitamente (lembrando que não tenho empregada e que nem sempre consigo lavar e passar as fraldas na frequência que gostaria, por isso comprei 15 unidades. Quem tem ajuda com essas tarefas domésticas se virará muitíssimo bem com meia dúzia ou 10 fraldinhas). Esta semana ganhei mais 5 fraldas de pano grandes, que serão usadas para o banho. É que aqui em casa eu uso fralda de pano para: proteger Arthur de brisas suaves, para cobri-lo durante um soninho a tarde ou no carro, para colocar no colo das visitas e ninguém pegar meu filho com roupa suja de rua, para limpar babadas e golfadas, para enxugar meus seios e a boca do baby durante as mamadas, para forrar cadeirinhas, trocadores e carrinhos que estejam sujos (eu tenho um boxer, que é um cachorro babão, né?), para usar durante o banho para enxugar e enrolar o Arthur. Enfim, item fundamental ao extremo! Impossível viver sem.
Sobre as fraldas descartáveis, fiz um chá de fraldas e ganhei muitos pacotes. Só pedi Pampers ou Turma da Mônica e arrisquei mesmo, porque confiei que Arthur não teria alergias. Sei que o chá é polêmico porque tem bebê que desenvolve alergia a determinada marca e corre o risco de você ficar com zilhões de pacotes de fraldas encalhados, mas achei que valia o risco.
Por enquanto, Arthur só usou fraldas RN e XP. A RN da Turma da Mônica é menorzinha que a RN da Pampers e por isso perdi 4 pacotes (alguém quer trocar comigo ou sabe de uma farmácia aqui no Rio que troque fraldas sem nota?). Também foi a frald que mais vazou. A Pampers XP é a melhor das pequenas. Se você for fazer seu chá, então, recomendo que peça só da XP (que vai, inclusive, até 6kg) Pampers. Arthur usa até hoje e vaza pouco.
Ganhei duzentos milhões de pacotes de fralda tamanho P (novamente, aceito trocas por XP ou por M, G ou GG). Arthur, por mais que faça xixi e cocô, não vai dar conta de usar aquele tanto de fralda. Como ainda não chegamos lá (as fraldas P ficam grandes), não sei qual a melhor. Depois volto pra contar.

Decoração
O quartinho do Arthur era um desafio. Como ele dividiria comigo o espaço, que originalmente era meu escritório, eu precisava tornar harmônica a convivência de coisas adultas e coisas de bebê. E como eu não tinha (tenho) muito dinheiro (e o pouco que tinha investi no parto) e moro de aluguel, precisava resolver a questão com coisas "móveis": mobiliário, quadros, prateleiras etc.
E assim fiz.
Achei na net umas imagens decoruja (que AMOOO!) e mandei imprimir num bureau (custou 170 reais a impressão). Daí recortei e mandei emoldurar (custou 240 reais). E voilá!
Também reaproveitei umas prateleiras que tinhaem casa.
Agora, o item que me arrependo de ter comprado é o famoso kit berço. Custou caro e não uso nada porque não vou arriscar colocar peças soltas no bercinho. Sem contar que como não uso o berço para o baby dormir, para que usar o kit, né? O único item em que vejo utilidade é o edredom porque em breve o usarei para forrar o chão e colocar meu pequeno para brincar.
Em contrapartida,um item decorativo que amei ter comprado foi o trocador em formato de U. Comprei com a fiel companheira almofada de amamentação nesta loja, que recomendo muitíssimo (e que não me pagou um centavo para dizer isso, que fique claro. Recomendo porque gostei mesmo).
Outro item fundamental (tipo as fraldas de pano) é o abajurcom luz suave. Você nunca quer arriscar, às 4 da matina, despertar o baby, que chorou de nove da noite a duas da manhã para dormir e às 3h58 fez um cocozão que você precisa limpar.

Malas e bolsa
As malas da maternidade foram malas que eu já tinha. Achei tudo muito caro e feioso. A bolsa do Arthur é micro e ganhei da minha tia-avó. Este é um item do enxoval que ainda estou procurando, porque preciso de uma bolsa maior e com mais divisórias.

Apetrechos
Não comprei chupeta, mamadeiras, bicos ou esterelizadores. Ganhei uma bomba manual (que como bem diz a Maitena, trata-se de algo que deveria ser proibido pela convenção de Genebra!) e conchas rígidas. As conchas estão sendo úteis (obrigada às que me deram a dica, pois eu havia usado no começo e doeu taaaanto que quase desisti das cocnchas. Mas agora elas estão me ajudando bastante, inclusive com vazamentos). A Lansinoh também ganhei. Usei e não achei essa coisa toda que dizem. Ela deixava meu seio "melado" e quando Arthur ia fazer a pega (ele mamava o dia todo, com algo como 20 minutos de intervalo entre as mamadas) a boquinha dele escorregava e ele mordia meu bico. Ui! Parei com pomadinha e tudo melhorou. Agora, que estamos craques na pega, talvez tente novamente, ao menos no seio mutilado.
Faz parte da categoria "apetrechos" aquela espuminha de banheira para o RN não deslizar durante o banho. E olha, detestei aquilo. Nossos banhos melhoraram horrores depois que tiramos o troço de dentro da banheira.

Brinquedos
Achei que Arthur só fosse começar a interagir com brinquedos a partir do segundo ou terceiro mês e por isso comprei apenas um móbile de cachorrinho. Ainda bem que no chá ganhei um monte de brinquedinhos porque com 20 dias meu pequeno já brincava horrores! Só recomendo que comprem os brinquedinhos que possam ir na máquina de lavar, porque limpar pelúcia com vinagre é um porre!

Tecnologias
Assim que contamos da gravidez para a família, minha sogra anunciou uma viagem aos EUA. Encomendamos duas coisas: bouncer e babá eletrônica. Infelizmente minha sogra não sabia o que era um bouncer e teve dificuldades para encontrar (ela preferiu não trazer errado) o dito cujo, mas em compensação trouxe uma superbabá eletrônica, com câmera de visão noturna e tudo! Foi ótimo porque além de bem baratinho para ela, para nós foi uma excelente  economia. Aqui em casa usamos pouco o aparelho porque o apartamento é pequeno e Arthur fica grudado em mim praticamente 24h, mas quando estou sozinha e preciso lavar louça ou quando ele dorme e quero ficar em outro cômodo, acionamos a babá. Recomendo muitíssimo, sobretudo se você, assim como eu, tem uma casa de férias com escada, porque ficar subindo e descendo escada para ver se o baby chorou, não dá.
O bouncer realmente fez falta e acabamos comprando aqui no Brasil mesmo. Compramos um modelo 2 em 1: balanço + bouncer e já no primeiro dia Arthur dormiu 4h seguidas nele. Ótima aquisição, recomendo a todas!
Fora isso, temos um aparelho de som no quartinho dele, onde tocamos uma playlist variada: baby songs, cantigas, mantras indianos, tudo que possa ajudar no soninho. Recomendo, mas Arthur ainda não associou que musiquinha é para acalmar e dormir, não. Mas vai que o baby de vocês associa, né?
Também lançamos mão de 2 recursos quando o chororô é intenso e prolongado: um secador de cabelos e este vídeo do youtube. Ambos lembram o barulho que o baby escutava no útero e ajudam mesmo a acalmar o fera neném.

Roupas
Como eu disse no começo deste post imeeenso, comprei pouca coisa, ganhei/herdei um monte de coisas. De todas as roupinhas que Arthur tem, apenas cerca de 20 por cento fui eu que comprei.
Repito que minha marca favorita é Carter's, mas sei que nem todo mundo pode bancar o preço em terras tupiniquins (eu sou uma dessas) ou não tem a sorte de ter quem possa trazer as peças direto da fonte.
Comprei também algumas coisas da Gerber e da Mini Me, mas a malha da Carter's é bem melhor! Das marcas nacionais tenho muitas coisas da Bebê Básico, da Bibe e da Linha Bebê. Dessas marcas, a melhor, disparada é a Bibe. Malha ótima e umas coisinhas lindinhas. A Bebê Básico tem uma malha muito grossa e tudo fica meio "pesado" para um recém-nasciso. Talvez quando Arthur estiver maior e se arrastar pelo chão eu ache bom essa "grossura" toda da marca, mas por enquanto acho apenas uma boa opção e com muitas cores. A Linha Bebê tem roupinhas de linha e minha restrição a essa marca é que nem tudo é 100% algodão. Arthur não teve alergias, mas foi um risco que corri.
Em termos de quantidade, ainda não sei se está bom ou se, por ter ganhado muitas peças e herdado muitas outras, a coisa está mal-dividida. Por enquanto, tudo funcionou bem e não precisei ficar desesperada, lavando roupa a toda hora, o que era meu medo maior.
Para recém-nascido, tenho: 8 bodies de manga comprida da Carter's, 2 bodies de manga comprida da Bebê Básico, 1 body de manga comprida de marca desconhecida, 5 bodies de manga curta da Gerber, 3 bodies de manga curta da Carter's, um conjunto de calça+body de manga curta da Carter's,  2 calças sem pé da Carter's, 2 calças com pé reversível da Bebê Básico, 3 calças de linha da Linha Bebê, 2 camisetas de linha da Linha Bebê, 4 jumpers da Linha Bebê (AMO esses jumpers!!!), 4 macacõezinhos de malha fina da Carter's, 1 macacão de malha mais grossinha da Carter's, 2 macacões de plush da Carter's, 1 macacão de plush da Chicco, 2 macacões de malha da Bibe. Arthur tem ainda: um pijaminha de marca X, duas mantas (uma de linha, de marca desconhecida, uma de malha, também de marca X), um cobertorzinho de microfibra (que só usamos no tal casamento, já que ele é beeeem quente), duas toalhas (e acho de bom tamanho, mas assim que tiver um dinheirinho sobrando, vou comprar mais uma para garantir), 4 cueiros (lembram que a amiga ia trazer os cueiros? Ainda não fomos buscar tudo na casa da moça e estamos sem os 4 cueiros da Carter's e o cobertor também da Carter's que comprei) e duzentos milhões de sapatinhos de crochê (Arthur usou uns 5 ou 6 só! Não comprem muitos, viu? E troquem, se puderem, os que ganharem. Como os bodies da Carter's têm luvinhas embutidas, só tenho 3 pares extras, mas se você pretende usar luvinhas, tenha mais pares, uns 5 ou 6, porque sujam muito e podem se perder (eu achei ótimo usar luvinhas porque deixa a mão do bebê mais quentinha - e eu odeio ficar com mão gelada, imagino que o bebê também possa ter esse desconforto - e também serve para proteger a pele do bebê, já que as unhas crescem muito rápido, nem sempre você tem tempo de cortá-las, e o bebê, quando fica nervoso, esfrega a mão no rostinho e pode se ferir).
Arthur ainda tem 3 roupas especiais: um conjunto de casaco + calça + gorro da Carter's, um conjunto para RN com body estilo japonês + gorro + sapatinhos de malha da Carter's (foi a roupa do primeiro dia!) e um conjunto de body + calça de plush de uma grife aqui do Rio (presente da minha tia e que foi ótimo porque foi o que tasquei no menino para o casamento. Nunca imaginei que RN fosse precisar de uma roupa mais arrumadinha e tinha estreado a peça no lanchinho que fiz aqui em casa para comemorar o 1º mês do filhote).

As meias ficaram pequenas num piscar de olhos, ainda bem que foram herdadas e eram apenas duas.
O que nunca usei, apesar de ter ganhado: camisetas de malha fina ou de linho (além de deixar a barriga do baby de fora, são fininhas e não me parecem tão confortáveis ao toque quanto uma malha macia), saída da maternidade (não ganhei e nem comprei, mas sabia que não usaria, logo, não fiz questão), babadores, travesseiro e pano de boca (uso a boa e velha fralda de pano mesmo).

Enfim, povo, acho que é isso, por enquanto. Se me lembrar de algo mais, venho contar. Se quiserem perguntar, fiquem à vontade. Como eu disse, essa foi minha bagagem de primeira viagem e nem acho que tenha exagerado porque comprado por mim, só os bodies de manga comprida e 2 macacões de malha (e os famosos cueiros e o cobertor). O resto foi presente ou repasse.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Sem banho, sem sono, sem fundo

Por aqui, baby blues se foi e deixou em seu lugar um amor louco, desesperado e intenso por esses 4,5kg de pura gostosura risonha que atende pelo lindo nome de Arthur, meu filho.
Porém, contudo, todavia, sigo sem banho (confesso que passo uns 3 dias sem tomar banho. Eca!), sem sono (céus! Onde matriculo meu pequeno para que ele aprenda que recém-nascidos dormem até 18h por dia? Porque meu filho dorme, quando muito, umas 9 ou 10 horinhas) e sem fundo. Haja comida para me sustentar e haja peitinho para sustentar meu pequeno mamão.
E assim, vencemos o primeiro mês.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O primeiro casamento

Arthur debutou no mundo casamentício. No sábado, apesar do superfrio, fomos à cerimônia de casamento de uma amiga minha. Encasaquei filhote, deixei sua cadeirinha perto do aquecedor de ambiente e ficamos cerca de 35 minutos (a duração da cerimônia). Tudo correu bem e o baby nem notou que foi a um casamentão.
Depois da cerimônia, fui usar meu direito a prioridade e interrompi o protocolo de fotografias: chamei a mocinha do cerimonial, expliquei que estava com meu recém-nascido e que queria apenas dar um beijinho na noiva. Toda glamorosa em minha saia + tomara-que-caia + blazer (única roupa que cabia em mim e que permitia amamentar em caso de emergência), fui dar meus beijinhos e mostrar o rebento. Fui, causei frisson e saí. Tudo lindo, tudo maravilhoso, nem meu batom rosa intenso tinha saído do lugar. Entrei no carro, olhei para o marido, sorri, ele sorriu, bebê dormia e então eu vi: as conchas de amamentação escaparam do tomara-que-caia, se exibindo pela metade a quem quisesse ver.
Respirei fundo, ajeitei a roupa e, enquanto pensava se o frisson fora pelo Arthur e sua fofura de RN ou pelas conchas pululantes, respirei aliviada por não ter precisado catar as conchas do chão e me desculpar com a noiva pelo banho de leite.
Casamento agora, só quando o pequeno tiver 3 meses.

sábado, 21 de julho de 2012

Para não dizer que não falei de flores

É manhã de sábado. Apesar das dores nas peitolas, você deu um supermamá para o seu filho e, enquanto espera que ele arrote, se senta no computador para saber o que acontece no mundo. Seu filho, em vez de arrotar, dorme, e começa a procurar posição, pois você é meio pequena e ossuda. Claro que você vai se recostando na cadeira, suspendendo o braço e chegando o pescoço para o lado afim de que o pimpolho dorminhoco fique confortável. Tudo dói e agora o filhote assumiu uma posição que praticamente te impede de digitar e até mesmo de visualizar a tela, por isso você resolve dar aquela ajeitadinha marota no guri. Ao tocar seu corpinho, na maliciosa intenção de ajeitá-lo mais para o lado, seu bebê, em pleno soninho, dá um gemidinho e SORRI.
Eu não sei o que vocês fariam, mas eu demorei quase 1h para digitar este post...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Post de múltipla escolha

Se seu recém-nascido golfa sangue, você:
a) Desmaia
b) Corre com ele para o hospital
c) Chora
d) Grita e pede socorro para o pai da criança, que te lembra que na última mamada você urrou de dor e sua ferida no mamilo reabriu dolorosamente.

Nem precisa de gabarito, né?

terça-feira, 10 de julho de 2012

A mão de vaca não é amor de vaca

Joguem pedras. Ou melhor, joguem suas tetas empedradas sobre mim e o leite mau na cara dos caretas.
É que a dona das divinas tetas aqui está numa luta árdua, doloridíssima, regada a sangue e analgésico contra o inferno que é amamentar.
Meu mamilo esquerdo está literalmente pela metade, já que Arthur deve ter sugado em suas ávidas mamadas na madrugada micropedaços e amolecido com sua saliva biônica outros micropedaços, que grudaram em camisas, casacos, sutiãs e tops. As conchas de amamentação me fizeram derramar lágrimas demais para que eu as usasse mais que duas vezes. O lado bom da mama esquerda é que depois do minuto inicial de dor suprema, quando aquela boquinha tão delicada e pequenininha do meu filho reabre a enorme ferida no meu bico, tudo fica praticamente indolor (exceto por pontadas, mordiscadas fora do prumo ou perdas de pega ao longo da mamada).
Meu mamilo direito já sangrou, rachou e cicatrizou, e tem, desde a sala de parto, a pega mais fácil para mim. Some-se isso ao fato de que meu seio esquerdo está mutilado e teremos o seio da chupeitação, aquela prática de tortura milenar, praticada por todos os bebês humanos, desde priscas eras. Bebês das cavernas, que não faziam ideia do que era uma chupeta, já chupeitavam suas mães (aliás, quem será que teve a péssima ideia de colocar um delicado e sensível mamilo na boca surrealmente potente e massacrante de um recém-nascido?! Nem argumentar é possível com um ser tão pequeno! Porque quando maridos, namorados e afins passam dos limites com nossos mamilos, podemos gritar e argumentar, né? Mas vai explicar para um bebê de 23 dias que dói como a morte essas mordiscadas na beirinha do bico, a chupeitação toda...). E aqui em casa, essa chupeitação teve como consequência uma dor constante e intensa, durante toda a mamada.
Então, todos os dias, a cada chorada do meu pequeno, preciso escolher entre uma dor lancinante e enlouquecedora por cerca de um minuto, ou uma dor tolerável por toda a mamada.
Além disso, carrego nos peitos outras dores, mais subjetivas, é verdade. A primeira delas diz respeito ao ritmo do Arthur. De manhã ele passa o dia INTEIRO pendurado no peito. E não dorme fora do peito (nem no meu colo). E chora quando está fora do peito, e chora até quando está mamando. E puuuuuxa meus bicos com a boquinha dermo-abrasiva com vacuosucção e belisca e aperta meus seios e mamilos com suas unhas-alfinete, numa bastante evidente demonstração de que fisicamente ele é todinho o meu marido, mas em termos de gênio puxou mesmo à mamãe. Eu limpo nariz, visto, dispo, seguro, converso, choro e não sei mais o que fazer. Dói muito não conseguir entender o que o deixa tão irritado. Já até pensei que poderia ser falta de leite na peitola, mas não é, não.
Outra dor que sinto mora nos peitos (que doem cheios, vazios, se enchendo e se esvaziando), nos braços, ombros, costas, pernas e pés, e vem da imensa tensão que sinto ao dar de mamar. A qualquer momento posso perder a pega, levar uma mordida, um beliscão, uma puxada nos mamilos ou posso sentir gengivas potentes morderem com vontade um bico pela metade. Impossível relaxar.
E a última dor deste post atende pelo nome de chupeta. Comprei, usei e estou sofrendo a cada sugada que meu filho dá no objeto endemonizado por mães-modelo e por mim (porque usei chupeta quando era criança e foi um trauma terrível e até hoje lembrado por mim quando resolveram que era hora de eu parar com o hábito. Logo, não queria que meu filhote corresse o risco de passar por essa experiência horrorosa). Sofro porque me sinto péssima e morro de medo de que Arthur largue o peito, comece a pegar errado de novo, tenha problemas de fala, de superação da fase oral, problemas de dentição. Enfim. Medo, culpa e frustração, teu nome é chupeta!
Diante de tudo isto, às vezes me pergunto por que raios eu ainda insisto em amamentar, se tudo anda tão sacrificante e dolorido, e minha resposta é óbvia (para mim): se eu fiz o melhor que pude no parto do meu filho, também vou tentar oferecer a ele o melhor alimento. Mas sempre tem aquela pessoa absolutamente irritante, que desdenha das suas posições e opções e dá conselhos, pitacos e dicas não solicitadas. Para essas pessoas eu uso o melhor argumento-paisagem que pude arrumar: não quero abrir mão da amamentação porque sou mão de vaca e não quero gastar rios de dinheiro com leites artificiais, mamadeiras, bicos e esterelizadores.
E assim, sigo amamentando (e chorando e sofrendo horrores com essa coisa pavorosa que é ter o mamilo despedaçado), mentalizando que estou doando amor a meu filhote, um amor quase de vaca. E vocês, que nasceram na década de 1980 e viram o surgimento do Casseta e Planeta, sabem que mãe é mãe, paca é paca e mulher é tudo vaca. Ou, se preferirem algo menos machista e mais erudito, vamos de Caetano: dona das divinas tetas, derramarei o leite mau na cara dos caretas!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Alessandra Ambrósio, obrigada!

Em meio a tantas celebridades neuróticas e mais preocupadas com a estética que com a saúde ou os modelos muitas vezes inatingíveis que acabam por ajudar a construir, Alessandra Ambrósio tocou meu coração ao colocar as pelanquinhas pós-gestação de fora. Tá bom que ela em má forma é bem melhor que muita gente "em boa forma" que eu conheço, mas ainda assim merece um "obrigada". Um beijo, Lelê, de uma pelancuda para outra.

Meninas, voltarei para contar mais sobre o baby blues, mas quero agradecer muito, muito, muito a ajuda de vocês. Saber que não sou a única a ficar meio maluca (e com tanta coisa para comprar, eu poderia comprar uma peruca!) e a querer sair correndo quando o baby grita, chora e esperneia e eu não sei por quê.
Para as meninas que ainda vão viver o mês do dia da marmota, digo que Arthur está completando 20 dias e as coisas parecem estar se ajeitando. Não choro mais todos os dias e se tudo der certo, minhas peitolas receberão visita especial amanhã (uma especialista em amamentação para me ajudar com a pega. Rezem pelos meus mamilos, pois um deles está sem um pedaço. Ui!). Para as que vão passar de novo pelo baby blues, força. Recebam meu carinho e saibam que a experiência prévia deve ajudar a não ficar tão nas trevas, já que vocês sabem que passa, né?
Prometo que assim que as coisas ficarem mais no esquema por aqui, com uma rotininha bacana, volto a comentar nos blogues (que tenho visitado, viu?).

terça-feira, 3 de julho de 2012

Vamos cantar o Blues da Piedade

"Quero cantar os blues/com o pastor e o bumbo na praça/ Vamos pedir piedade/ pois há um incêndio sob a chuva rala/ Somos iguais em desgraça/ vamos cantar o blues da piedade"

Cazuza e puerpério pode ser uma boa combinação. E esse post vai com o Blues da Piedade como trilha sonora, porque você, mãe, blogueira, que já teve um recém-nascido pendurado 24h nos seus peitos esfolados enquanto assiste à toda grade televisiva (viva a tv a cabo!), da manhã, da tarde, da noite E da madrugada, você há de ter piedade dessa mãe em pleno puerpério, curtindo um blues: o baby blues.
Estamos ótimos, tudo lindo, certinho, saúde e leite por aqui. Mas também aquele desespero quando o baby chora e só os peitos (rachados e esfolados) salvam. Aquela tristeza de viver, há 16 dias, o dia da marmota que só mama e quase não dorme. E, é claro, aquela culpa de estar sentindo tudo isso, porque, oras não era o que você queria, Ártemis?, achou que um recém-nascido fizesse o quê, malabares com as chupetas?
É, eu sabia, e agora eu sei mais. Acontece que eu, ligada no 220, trabalhadora e moça muderna desse Brasil varonil, estou dependente do marido até para fazer xixi - aliás, sobretudo para fazer xixi. Hoje, pasmem, fui de sling aqui embaixo, comprar absorvente. E esse é o tipo de grande acontecimento: ir ao banco, na farmácia, no mercadinho. Em breve faremos um ousado passeio até o café do outro lado da rua, para que eu assista ao marido beber café (enquanto eu finjo, mesmo com esse calorão louco em pleno julho, que estou em Paris).

Só quem já teve um recém-nascido vai entender que, apesar do tom melodramático deste post, está tudo lindo e ótimo por aqui.
Prometo voltar assim que o pequeno dormir de novo e me deixar pelo menos um braço para que eu escreva um post meio tosco, como este.